terça-feira, 30 de setembro de 2014

Encorpando Nossa História, Batalha Vinhas & Vinhos.


Quase dois séculos depois da Batalha do Seival, neste mesmo local, nasce o vinho Batalha, encorpado por nossa história e produzido em condições ideais de clima e solo na região considerada berço dos grandes vinhos do Rio Grande do Sul. Região essa, localizada no paralelo 31º, latitude onde atualmente se encontram os melhores vinhos do novo mundo.

Recebi semana passada está garrafa para prova, confesso que não me impressiono muito com rótulos trabalhados, sou muito adepto da filosia "não julgue o livro pela capa", já vi e degustei tantas belas garrafas, mas o que morava dentro não se sobrepunha nem mesmo ao vidro, mas está garrafa chama a atenção pelo nível histórico que ela quer passar, e seu  brasão é um diferencial à parte, fora seu lado externo este vinho estava bem destacável na taça, primeiramente de uma elegância Europeia, 13% de álcool, madeira justa "quase escondida", toques terrosos, folhas secas, tâmaras desidratas, e um toque animal inesquecível (carne curada ainda úmida), realmente seus aromas e sabores já denunciavam que este vinho estava no ápice, em boca frutas vermelhas bem retrateis "delicado" de uma acidez deliciosa, mesmo assim gostaria de telo degustado um pouco mais jovem, e irei tentar telo na Século Londrina !

Especificações Técnicas

Álcool 13% vol.
As uvas que originaram este vinho foram colhidas manualmente, em parreiras de Bagé, na região da Campanha do Rio Grande do Sul. Após cuidadosa seleção dos cachos, as uvas foram maceradas, passaram pelos processos de fermentação e parte do vinho passou por maturação em barrica de carvalho francês. Este vinho apresenta cor vermelho rubi intensa, aromas vinosos, levemente herbáceo, sabor macio e agradável. Recomenda-se servir a uma temperatura entre 16º e 18º C.



A Batalha do Seival

Em 1836, ocorreu onde hoje se localiza o município de Candiota, RS, a Batalha do Seival, conflito militar em que os revolucionários da revolução farroupilha venceram o exercito do império brasileiro e ensejaram a República Riograndense.

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

San Polo Governo IGT, Um Toscano Passificado !



A família Allegrini é  referencia na história de Valpolicella, desde o século XVI. Com cerca de 100 hectares de vinhas nas colinas de Valpolicella clássico, proferiu a cultura da vinha e do vinho.

Giovanni Allegrini começou sua carreira muito jovem. Ele aperfeiçoou a arte de vinificação agindo com rigor na seleção das uvas e da introdução de algumas inovações importantes em termos de produção de vinho

 Após sua morte, em 1983, o património da “Allegrini” passa  para as mãos dos filhos Walter (falecido  em 2003), Marilisa e Franco, que em um curto espaço de tempo foram capazes de alavancar a ainda mais a empresa, que produz cerca de 900 mil garrafas por ano, com extrema qualidade.

Uvas Secando, Apassitamento !
Ao longo dos últimos dez anos, a curiosidade e o espírito empreendedor levou os Allegrini fora dos limites de Valpolicella, adentrando a Toscana,  assim nasceu Poggio al Tesoro e  San Polo. Mesmo na Toscana Allegrini soube combinar tradição e inovação, de modo a aumentar, por meio de produtos originais, a excelência do Made in Italy.


E foi com este espirito que a inovação veio através dos métodos tradicionais de Valpolicella de Passificar as uvas, para a confecção dos Amarones, que Nasce um Encantador Custo-Prazer!

Vinho Feito pelo método Governo, 'Governo Toscano all'uso', que adicionar uvas pacificadas, com alta concentração de açúcar no mosto iniciando assim  uma segunda fermentação lenta. Governo é em grande parte feito a partir de uvas Sangiovese, mas também tem uma pequena parcela de Merlot e Canaiolo. 

As uvas são colhidas manualmente na segunda semana de setembro. O primeiro passo consiste em prensar uvas frescas (80%) em temperatura controlada de 25-29 graus, durante 10 dias. Os restantes 20% da colheita deixa-se secar ao ar por até 60 dias. Após passificadas são prensadas e formam outro vinho, acrescentado em  Novembro ao primeiro vinho, refermentando por mais 10 dias.

Uma parte do vinho envelhece em barricas de carvalho francês usada uma vez, um total de 10 meses. 

Aromas de frutas vermelhas, cerejas, ameixas, frutas secas, canela, especiarias doces e agradáveis mastigar. O saboroso e de boa estrutura. Taninos são macios e sedosos. A Segunda fermentação de uvas Passas  dá ao notas de doces de tâmaras e chocolate, A acidez fresca da Sangiovese mantém o excelente equilíbrio, para não ficar enjoativo, muito pelo contrario, um fantástico primo pobre de alma riquíssima dos Amarones !

Acompanharia um bom barreado, cozido de Panela, pratos com reduções balsâmicas e arriscaria apenas uma barras de chocolate 60% Cacau, mas foi sem nada e ficou Show !


Disponível na Século Bebidas !

domingo, 28 de setembro de 2014

Pimenta e Vinhos, harmonizando e domando a Capsaicina !

Você é daqueles que gosta de comidas bem condimentadas e quando ouve a palavra pimenta enche a boca d”água ?, Se sim está no Post Certo !



Particularmente gosto muito de pimenta, pelo simples fato de acrescentarem um sabor diferenciado. Desde o século XV, as especiarias são produtos valorizados, indispensáveis para dar um toque de sabor marcante aos pratos. A pimenta preta, conhecida aqui no Brasil como pimenta do reino, é e sempre foi à pimenta mais consumida e comercializada no mundo.

A pimenta do reino é um fruto da trepadeira “Piper Nigrum”, originária da Costa do malabar, trecho do litoral no sudoeste do subcontinente indiano. Durante a idade média, a pimenta do reino era a especiaria mais importante da Europa, e seu comercio era extremamente forte. Pelo fato de ter tanta força comercial, a pimenta do reino chegou a ser comercializada como moeda, provando o seu alto valor naquela época.

Hoje as pessoas começam a conhecer e provar mais vinhos, com tantos Blogs e a própria Internet colaborando para o conhecimento dos enófilos,  mas quando acham que aprendem, regridem em um ponto, “vinhos doces”, estes não são apenas para quem não entende de vinhos ou apenas a porta de entrada para o mundo dos vinhos, muitas pessoas quando indicamos um vinho com doçura residual, acha que é vinho para quem não entende de vinhos, mais ou menos por ai.

Vou mostrar agora que vinhos com doçura tem um papel importante na harmonização e podem brilhar mais do que apenas na hora da sobremesa!


Agora vamos ao vinho, afinal como harmonizar a picancia dos pratos, a Capsaicina é o componente ativo da Pimenta  e a inimiga intimo dos Taninos (sensação de amarrar a boca nos vinhos tintos),  mas se encaixando muito bem com vinhos mais ácidos e espumantes (brancos no geral),  deixando uma porta pra tintos não muito tânicos e bem frutados.


O que é capsaicina e quais são seus efeitos para a saúde?     

 A capsaicina (8-metil-N-vanilil-trans-6-nonenamida) é o principal componente ativo da pimenta, seguido da dihidrocapsaicina, nordihidrocapsaicina, homodihidrocapsaicina, homocapsaicina, entre outros, os quais são chamados capsaicinoides. Os capsaicinoides são componentes químicos que dão às pimentas sua ardência característica e têm atraído grande atenção devido às suas extensas propriedades farmacológicas, como as atividades de analgesia, anticancerígena, anti-inflamatória, antioxidante e anti-obesidade.
  
A capsaicina está concentrada nas sementes do fruto, por isso pimentas caseiras batidas são uma bomba para qualquer vinho, se for para exagera na pimenta é melhor beber refrigerante, pois você perdera todo o prazer do vinho e logo dinheiro, algumas anestesiam o paladar de tal forma que nem mesmo o refrigerante dará conta.

Harmonizando,

Uma da mais amáveis e perfeitas combinações , seriam os vinhos naturais e-ou Spatlese (com doçura residual), um  Riesling ou  Gewürztraminer pois a  sua doçura e gritante acidez fazem os princípios básicos para está harmonização, doçura atenua a picância e acidez traz frescor, tanto para o prato como para não deixar o vinho doce demasiado. Os Brancos do Pais vizinho “Alsacia, fazem o mesmo papel, com talvez um pouco menos de doçura !

·         Sauvignon Blanc, dos mais tropicais aos mineiras, todos conservam, uma acidez aguda, perfeita para lhe conferir o frescor desejado.

·         Riesling, Os Riesling no geral funcionarão bem, pois tem de natureza deliciosa acidez, charmosos aromas de frutas brancas cristalizadas, especiarias doces e algo químico, perfeito para o Thai, mas se puder usar os da Alemanha, ai você ganhara em perfume e harmonização perfeita, prefira os com residual de açúcar, consulte o Sommelier.

·         Gewürztraminer, Assim como a Riesling tem aromas e sabores intensos, apenas mudando as gamas de aromas e sabores, ela mantem uma alta acidez e encanta pelos aromas florais, frutas maduras e muito floral, prefira os com alguma doçura !

·         Espumantes Demi Sec, Estes farão um belo par para estes pratos, principalmente em se tratar da entradas, se for Cevicce ficara fantástico, pode apostar, consulte o Sommelier para ajustar a doçura.

·         Tintos Sem Madeira, Tome cuidado com os vinhos muito barricados, estes além dos taninos da uva, adicionam mais taninos com a passagem em madeira, o ideal seria,

v  Pinot Noir,  de Leve a Médio corpo,  procure os de Vales e Regiões mais frias, estes tem uma acidez deliciosa e fresca, farão bonito aos pratos de peixes, frangos e comidas mais levas.

v  Cabernet Sauvignon,  daqueles com fruta gritante, bem alegres e descontraídos, procure encaixa-lo com pratos de carne, um bom Filé ao Poivre Vert, ficaria belo !

v  Rioja Joven, Muito frutados, parecem o pedacinho do novo mundo na Europa, frutados e descontraídos , fazem o mesmo papel da cabernet sauvignon, com menos taninos e menos corpo, use e abuse.

   

As Gastronomias mais focadas na Pimenta;


Bun Bo Hue, Uma sopa quente de macarrão ,
carne bovina e carne de porco trotters. Ligeiramente .
Culinária do Vietnã
Considerada uma das culinárias mais saudáveis do mundo, pelo uso mínimo de óleo e pela utilização de ervas e legumes.  As influências chinesas, francesas, indianas e cambojanas, formaram a gastronomia vietnamita.
São ingredientes comuns: o molho de peixe, a pasta de camarão, o molho de soja, o arroz, as ervas frescas, as frutas e verduras, a erva-cidreira, o gengibre, o hortelã, a canela, a pimenta, o limão e as folhas de manjericão.





Culinária tailandesa
É a combinação de sabores: doce, salgado, ácido e picante. O arroz jasmim, levemente adocicado e de grãos finos, acompanha quase todos os pratos. A comida tai é saudável, contando com uma grande variedade de saladas, frutas, sopas, noodles (macarrão à base de arroz) e carnes grelhadas ou assadas, principalmente peixes e frutos do mar. Além de vários tipos de pimentas.



Chorizo de Toluca – carne de porco, toucinho, pimentão, tipos
variados de chilis e condimentos fazem o recheio de tripas de
 cedro que serão amarradas e cozidas.


Culinária Mexicana
A comida mexicana sempre foi conhecida por suas cores vibrantes, seus sabores exóticos e texturas marcantes. Ela é herança dos povos ameríndios que habitavam aquela região, como os astecas e os mayas, e dos colonizadores europeus. A culinária mexicana tem como base o milho, cereal típico daquela região, e ingredientes como o tomate, o abacate, o feijão e a pimenta.



A matemática é esta, use vinhos macios e sem ou com pouco carvalho, pode até apostar em outras uvas seguindo estes pré-requisitos, você pode converter isto também para outras sensações de queima, como o gengibre, o Limão e o Wasabi, muito obrigado e até o próximo brinde !








sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Seio de Modelo kate Moss, vira coupe de Champagne.

Marie Antoinette
O Champagne é com certeza o mais fiel Símbolo liquido de Celebração, seu brinde está presente em muitas comemorações, inclusive naquelas entre quatro paredes, agora para ficar mais interessante imagine degustar um Grand Cuvée de Champagne nos Seios de Maria Antonieta !, tá certo que pelo retrato ela não era nenhuma "Belezura" assim (rs), o Coupe de Champagne, que haveria sido moldado no seio esquerdo de Maria Antonieta no século XVIII, era muito tradicional para época, pois as bebidas espumantes antigas não continham perlages numerosas (bolhas), com a evolução da bebida, chegaram as Flutes, taças que proporcionam o  melhor aproveitamento visual e gustativo.

Falando em Visual e Gustativo, a nova versão do Coupe de champagne já é bem mais convidativa, uma taça de champanhe foi recentemente moldada no  seio da modelo Kate Moss. O restaurante londrino Mayfair 34 e a artista britânica Jane McFadden se uniram para proporcionar esta experiência a seus clientes.

A taça é decorada com gravuras de influência Art Deco e leva a assinatura de Kate, com um pequeno coração em sua base.


Kate Moss se disse animada em seguir os passos da rainha francesa. "Que honra estar ao lado de Maria Antonieta. Ela era muito intrigante e uma personagem travessa".
Mas há controvérsias quanto à veracidade da taça: o site Snopes.com afirma que ela foi inventada na Inglaterra em 1600, muitos anos antes de Maria Antonieta ter nascido. Se isso for verdade, a taça de Kate é única.

Coupe Marie Antoinette



“O que a rainha francesa tinha no formato de seu seio era tigelas, que ela usava para colher leite (Maria Antonieta  era favorável que a própria mãe amamentasse seus filhos e,  na época, todos os nobres tinham suas amas de leite). O fato é que se os marmanjos anteriores foram enganados, você  não será !


quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Cabernet Sauvignon a Rainha das Tintas


Cabernet Sauvignon, não haveria nenhum outro modo de iniciar os post’s  deste Enoblog sem reverenciar esta cepa, idolatrada e chamada por globo terrestre de rainha das tintas, a CS é a fruta do pecado  do Jardim do Éden, corruptora, amada e odiada, presente em qualquer vinícola  do planeta, seja para testes, cortes ou futuros  monovarietais,  ela é plantada de A a Z Veja :

Alemanha, Áustria, África do Sul, Argentina, Austrália, Brasil, Bulgária, Bolívia, Canadá, China, Chile, Espanha, EUA, França, Grécia, Hungria, Itália, Inglaterra, Israel, Japão, Líbano, Marrocos, Moldávia,  Nova Zelândia, Portugal, Peru, Romênia, Turquia, Uruguai, Venezuela, Zimbábue.


Cabernet Ancestral


O cientista e naturalista Romano Plinio o Velho,  menciona o nome Biturica em uma obra pessoal, nome que se refere a uma uva da região de Bordeaux, antiga  moradia dos povos da tribo dos Bituriges, tribo bárbara do noroeste europeu futuros fundadores da atual Bordeaux. Há especulações também de que esta tinta seria a Petit Vidure ou Bidure, uma antiga uva de Bordeaux, originada do nome Vin Dure pela dureza de seu tronco.

Independente de seus traços perdidos no passado, hoje com o teste de DNA, sabe se desde 1977 que a Cabernet Sauvignon é o fruto do cruzamento entre a tinta Cabernet Franc com a branca Sauvignon Blanc, podendo ter sido conduzido pelo homem, como por cruzamento natural de cepas em condições selvagens, além do próprio nome sugerir uma fusão, as características de aromas e sabores, provam o evidente!

Cabernet Sauvignon e Seus encantos!


Altamente adaptável em diversos climas e solos do mundo, resistente a pragas e excesso de chuvas, só sua presença em meio a alguns rótulos de uma vinícola já alavanca as vendas, quando cortada com outra cepa, pode corrigir ou dar complexidade ao vinho.
Sua maturação tardia ajuda  na concentração de aromas, que podem variar através de uma extensa gama de frutados, herbáceos e minerais, conforme a região de plantio da videira e do processo de vinificação realizado.

A CS é a estrela maior da mais aclamada região produtora de vinhos do mundo, Bordeaux. Apesar de não ser a casta mais plantada da região (a Merlot ocupa área maior) e também não ser a maior produtora do mundo em termos de volume (perde para o Languedoc- Roussilon), os tintos de Bordeaux são o modelo mais imitado em todo mundo do vinho. Assim, a CS teve seu “Boom”  nos anos 70 junto com o “Vinho de Bordeaux e o Corte Bordalês”.

Bordeaux, Terra Natal.


Poucos são os lugares que a CS fica boa pura,  geralmente é melhor cortada pois amacia e gera riqueza, e é assim até em sua terra natal,  Bordeaux. A rainha aqui, atua como  atriz principal, formando o clássico corte bordalês, Cabernet Sauvignon (entra com corpo e potencia), Cabernet Franc (cor e potencia de aromas ) e Merlot (textura mais untuosa, contornando a elevada acidez).

Como em todo o mundo os tintos a base de CS de Bordeaux, tem maior corpo e estrutura, longevos, tânicos quando jovens, com aromas de frutas como vermelhas e negras, minerais (grafite, ferrugem, terra molhada), além de violetas, cedro e caixa de charuto. Outra região francesa com grande área de CS é o Languedoc, no sul do país, com cerca de 11 mil hectares plantados. Ali, o estilo geral é de vinhos mais descontraídos, frutados e macios. Há ainda boa presença da CS no Sudoeste - em um estilo mais bordalês, porém com mais leveza -, e na Provence, onde a CS, por vezes, é cortada com Syrah.

Explosão Cabernet Sauvignon, no Velho Mundo !


Itália


Na Velha bota, não há muita clareza sobre seu ponto de partida. Lembra se do inicio do post ?, acredita se que esta ali desde que citada por  Plínio, o Velho de Biturica, ou no início do século XIX, no Piemonte –a França dentro da Itália, lugar de forte influência francesa, confirmada em seu dialeto local.
Por tempos, a CS foi misturada, tanto no corte como nos vinhedos, com a Cabernet Franc (que predominava) no norte da Itália.

Toscana

Sua aparição na Toscana não foi tão simples, CS causou a revolução dos vinhos, de tons leves e aromas terrosos e picantes, para explosão de cor e frutas maduras, gerando os então Supertoscanos, que suscitou amor e ódio. Em 1971, o importante produtor marquês Piero Antinori, 26ª geração de uma família de vinhateiros, fez a primeira colheita de seu vinho Tignanello bem no meio da região do Chianti Clássico com 15% de Cabernet Sauvignon e 5% de Cabernet Franc misturadas à principal casta local, a Sangiovese, o que era uma heresia para alguns.

A partir deste episódio surgiram cada vez mais adeptos da CS acrescida em sua casta local a Sangiovese, o Solaia e o Sassicaia. Os mais aclamdos produtores da Toscana hoje Produzem vinhos com excepcional capacidade de envelhecimento e grande complexidade, além de muitas camadas de frutas e especiarias, trouxe bom equilíbrio e acidez. Um matrimônio mais perto da perfeição.

Piemonte

Em 1978, Angelo Gaia talvez o maior nome da enologia Piemontesa, Plantou, cuidou e vinificou escondido de seu pai seu 1º CS em um vinhedo dedicado ao delicado Barbaresco. O Darmagi - o nome vem do Francês domage que, no do dialeto piemontês, significa "que pecado" -, além de grande vinho, tornou-se um ícone da renovação da enologia piemontesa.
Hoje, a CS está em quase todas as regiões italianas (Lombardia, Emilia Romagna, Friuli, Veneto, Trentino, Alto Adige, Sicília, Campânia, Úmbria, Sardegna etc), pura, em cortes bordaleses ou misturada a uvas locais como, por exemplo, Aglianico, Nerto D´Avola, Cannonau etc. A CS também já é reconhecida oficialmente em várias DOCs italianas, como Langhe e Monferrato (Piemonte), Carmignano (Toscana), Colli Bolognesi (Emilia Romagna), Trentino, Lison-Pramaggiore (Veneto), Colli Orientali Fruili, Collio, Grave del Friuli e Isonzo.

Espanha

Menos expressiva que nos Países anteriores citados, porem sem deixar um grande destaque para um ícone. Um pioneiro no uso da CS na Espanha foi a tradicional bodega Marques de Riscal, da Rioja, que mistura Cs com as locais (tempranillo, garnacha, mazuelo e graciano) desde o século XIX. Outro precursor foi a Bodega Vega Sicília, fundada em 1864 por Eloy Lecanda y Chaves, mas que viria a lançar seu vinho ícone, o Vega Sicilia Único( o ícone), apenas em 1915. Este, que é historicamente o mais precioso  vinho da Penísula Ibérica, conta com CS em seu corte. A partir dos anos 1960, Miguel Torres, outro importante produtor espanhol, adotou a uva levando-a à região do Penedés, próxima a Barcelona. Assim, tornou seu tinto Mas La Plana o CS varietal mais conhecido da Espanha. Hoje, outra região onde a tinta se adaptou bem é Navarra e, por todo o país, surgem bons exemplares de CS, geralmente em bons assemblanges com a casta local a  Tempranillo.

Portugal

Riquíssimo em castas autóctones, um país de grande resistência até memso a modernização de suas vinícolas, não demorou a se contaminar com a febre Cs. O caso mais notório é a predominância de CS no Quinta da Bacalhôa, lançado no final dos anos 1970 pela JP Vinhos, da Península de Setúbal, elaborado pelo enólogo australiano Peter Bright. Hoje, a empresa mudou de dono e de nome, chama-se Bacalhôa Vinhos de Portugal, Bright deixou a casa e tem sua própria empresa no Ribatejo. E o vinho Quinta da Bacalhôa ganhou um irmão maior, o Palácio da Bacalhôa, um corte de bordalês com predomínio de CS feito apenas nos melhores anos. No resto do país, a CS marca presença em quase todas as regiões, com alguns bons vinhos na Estremadura, Ribatejo e Alentejo, mas quase sempre em pequenas percentagens nos cortes com castas autóctones, como a Touriga Nacional ou Aragonês.

O Chamado Novo Mundo

Depois de Bordeaux, EUA com a Califórnia é o representante da Cepa que reuni os mais reputados  vinhos da Cepa, “Alta Qualidade X altos Preços”. A maioria dos Enólogos da região são de escolas Enológicas de Bordeaux, se espelhando e apresentando o estilo bordasses muito forte em seus vinhos.
O Napa Valley é a região principal para CS, mas Sonoma, principalmente no Alexander Valley, também gera ótimos exemplares - assim como outras novas regiões como, por exemplo, Mendocino e Paso Robles. Infelizmente, a presença dos bons californianos ainda é muito pequena no Brasil.

Embora a Carmenérè seja a uva emblemática do Chile, é a CS que gera a maioria dos grandes vinhos do país. Os 21 mil hectares de CS plantados ali confirmam a boa adaptação desta casta em várias regiões como Maipo, estilo clássico e encorpado; Curico, mais macios e com taninos doces; Colchagua, de acidez mais moderada, taninos macios e fruta doce; Aconcagua, estruturados, mas com taninos doces.
Ao redor do mundo, podemos citar outros países com boa área plantada e qualidade de CS, como Argentina, ótimos cortes com a Malbec; África do Sul, excelentes exemplares em Stellenbosch, com estrutura e peso; Uruguai, mais pesados, puros ou em cortes com a Tannat; Nova Zelândia, principalmente em Hawkes Bay, estilo mais elegante, com frescor de ervas, puros ou em cortes bordaleses.

A Cabernet Sauvignon no Brasil


Fonte Revista Adega

Novidade !!!
Os registros são imprecisos, mas acredita-se que as primeiras mudas de Cabernet Sauvignon chegaram ao Brasil por volta de 1900. No entanto, seu plantio de forma regular não aconteceu até o começo de 1970, com a entrada de multinacionais ao País.

Hoje, a CS é a principal uva tinta vinífera do Brasil, ao lado da Merlot. Está em todas as regiões vinícolas brasileiras e tem diferentes características devido à sua adaptação aos terroirs e ao nosso regime de chuvas, que às vezes prejudica sua maturação lenta. Na Serra Gaúcha, os varietais de Cabernet tendem a ter um estilo mais europeu, com menor grau alcoólico, delicada estrutura e mais cor. Já na Campanha Gaúcha, os vinhos que são mais trabalhados podem ter características particulares, com coloração mais suave e mais alcoólicos, ao estilo do Novo Mundo.
Em Santa Catarina, estão os CS com maior potencial de envelhecimento, acidez mais alta e taninos mais firmes. O desafio é conseguir a maturação completa dos cachos, para conter os aromas desagradáveis da piracina. No Paraná, os vinhos tendem a ter estrutura média, cores mais firmes e em geral pedem o envelhecimento em carvalho. Por fim, no Nordeste, onde o calor é excessivo, a CS normalmente precisa de um corte com outra uva para ganhar mais cor. Esta cepa tem grande potencial e forte apelo comercial no País.



Ícones da Cabernet Sauvignon


  • Ch. Haut-Brion;
  • Ch. Latour;
  • Ch. Margaux;
  • Ch. Lynch-Bages;
  • Ch. Palmer;
  • Ch. Montrose;
  • Ornellaia;
  • Sassicaia;
  • Solaia;
  • Esporão;
  • Marqués de Riscal;
  • Stag’s Leap;
  • Screaming Eagle;
  • Ridge – Montebello;
  • Mondavi – Opus One;
  • Catena Alta;
  • Seña;
  • Almaviva;
  • Montes Alpha "M";
  • Penfolds – Bin 707;
  • Petaluma;
  • Rosemount;
  • Moss Wood;
  • Yarra Yering. 


Harmonizações

Por ter alta estrutura de corpo e taninos marcantes ela chama por comida, podendo ser facilmente encaixada aos mais distintos pratos de todos os continentes, onde houver carne vermelha e molhos gordos ela pode ser harmonizada:

França - Combinação Clássica: Bordeaux com Cordeiro. A carne pode ser apresentado de várias formas (assado, ao molho, guisado) e em vários cortes (carré, paleta, pernil ou inteiro);

Itália - Supertoscanos com Bisteca Fiorentina ou Javali;

Austrália, Califórnia e Chile – cabernets Premiun’s combinam com Peru recheado, Ganso, Pato (Confit de Canard), Coelho;

Genéricos - Normalmente, para não errar, a Cabernet Sauvignon combina com carne. Grelhada ou com molho, tanto faz;

Exóticos - Vale a pena experimentar um cabernet bem frutado e jovem com a culinária árabe (quente), indiana, tailandesa e cajum/crioula (Jambalaya).


Obrigado a todos e Ótimas Harmonizações !